quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

a nova personagem

Eu quero ouvir aquele toque de mensagem. Eu quero olhar nos olhos de alguém(ns), mas quero, além disso, que olhem nos meus olhos, e tudo isso em frações de segundo, por várias e repedidas vezes, enquanto caminho com pressa de buscar esses olhares que se encaixam aos meus, e sem nenhum outro propósito.
Eu quero ser mais visitado, mais lembrado, mais desejado e por todas as vias de sentido possíveis. Quero que meu nome seja dito em lugares que nunca foram. Que meu cheiro fique (mente e matéria) aonde nunca permaneceu. Que os meus não façam sem mim. Quero como sempre que seja como nunca foi. E apesar de tanta vontade, creio que a barreira invisível seja inevitável.
Por e para tanto, serei outro, e por mais complicado, desta vez minha personagem há de transbordar por todos os lados, cobrindo aquilo que até então não tinha cor e nem graça. E eu os terei, em detalhes que já cultivo e em novos truques, dentre tanta ausência e decadência que me rodeia, sem ofensas, apenas me cobro demais.
E que o brilho da visão que recebo enquanto a ausência da sobriedade se faz presente possa se tornar o brilho comum dos meus olhos. Ou, no mínimo em fatos concretos, que eu perca o medo de fugir da normalidade, afinal essa não me causa mais nenhum gosto.

3 comentários:

Cláudia I, Vetter disse...

poros que da língua não se consomem - apenas se vivem com os mistérios de bocas em bocas; lendárias submiissões da vida.

prosperidade saiu dessa boca, hoje; é pra ti.

;***

R., R., Rosa disse...

o realizar do desejo é mais do que fala saindo da boca e corpo parado, mas é tão bonito e forte que é assim, muuito mais do que capaz

ana disse...

por completo, ao ler cada conjunto de palavras, cenas se formam diante dos olhos, como que se estivesse por entre as letras