quarta-feira, 22 de outubro de 2008

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sem tempo!
sem tempo nenhum, e com vergonha disso tudo que eu escrevo
acreditem vocês, cheguei a achar que eu sabia escrever, enfim, isso me envergonha, porém me motiva..
as coisas estão mais calmas, e mais decididas. Pelo menos por enquanto.
Consegui aquilo que eu queria! =)

e como me disseram, coincidências não existem: há uma razão e uma explicação para tudo isso que aconteceu.

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Agora, dê-me tempo, deus!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

back to black

eu não quero novamente
estou com medo
medo
dome
controle suas sensações
entre no seu mundo de sensações
"bote a mão na ferida"
conheça seus medos
invente mentiras
acredite nelas
ou
mude
destrua o que te mata
construa o que lhe dê vida

As paredes do meu quarto já ouviram demais, já viram demais, já foram acariciadas, já foram arranhadas, já foram socadas. Tudo já foi feito. De novo não, livra-me desse tormento.
Eu já experimentei a tristeza de vários modos, eu já me fragilizei demais. De novo não, livra-me desse tormento.

Tira a loucura de dentro de mim. Afasta essa insanidade dos meus pensamentos, para que eu possa me esquecer pra sempre, ou faça-me vivê-la de qualquer modo para que eu possa conhecê-la e ser parte dela. Isso. Faça isso. Torna-me o mais feliz e o mais instável.

Liberta-me da prisão que estou espontaneamente. Quem mais gosta de mim levou-me até a porta. Mas eles são cegos, e eu vejo muito bem. Eu preciso pensar. Eu preciso de intelecto, para mim, criatura ingnorante e ao meu redor. Liberta-me dos métodos plásticos sem serventia; traga luz e supra minha carência de luz. Liberta-me.

construa o que lhe dê vida
destrua o que te mata
mude
ou
acredite nelas
invente mentiras
conheça seus medos
"bote a mão na ferida"
entre no seu mundo de sensações
controle suas sensações
dome
medo
estou com medo
eu estou novamente
buraco sem fim
não se sinta seguro
queda
medo
sem fim
final sem fim
morte

domingo, 12 de outubro de 2008

Esquadros

Eu ando pelo mundo prestando atenção
em cores que eu não sei o nome
cores de Almodóvar
cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
e como uma segunda pele, um calo, uma casca,
uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
pra sinalizar o estar de cada coisa
filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
chorando ao telefone
e vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do carro
pela janela do quarto
pela tela, pela janela
(Quem é ela, quem é ela?)
eu vejo tudo enquadrado
remoto controle

Eu ando pelo mundo
e os automóveis correm para quê?
as crianças correm para onde?
transito entre dois lados de um lado
eu gosto de opostos
Exponho meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto...

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto...

(Esquadros - autoria e interpretação de Adriana Calcanhotto)
genial.

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espero melhoras..

sábado, 11 de outubro de 2008

E agora, Creusa?

O ódio de ontem se concretiza hoje, tornando-me patético. Eles dizem: nós devemos mudar, devemos deixar de ser arrogantes e de visar acúmulos para dar atenção aos necessitados. Necessitados somos nós, necessitados de reconhecimento e segurança, será isso tão subjetivo?
Emprego, e isso eu sei por experiência própria, tem sobrando! Atenção à saúde, às políticas públicas e aos programas sociais que beneficiam os menos favorecidos tem até demais! Pobre tem atenção, rico manda, o que nos sobra? Estamos nos tornando invisíveis.
Esqueça este papo de humanização. Ladrão, assassino, traficante e nós somos todos bichos. Mas se luta propriamente dita por sobrevivência não é permitida, que não seja também aos ladrões, assassinos e traficantes. Fazemos de tudo para sermos honestos perante uma sociedade falha e se saímos da linha somos 'devidamente' punidos, rigor que normalmente só se aplica à classe média. Fazemos de tudo para pagar o público (obrigação) e o privado (necessidade). É assim com a saúde, educação, transporte, segurança, infra-estrutura, aposentadoria.. Não é fácil, mas ninguém está vendo e ninguém está protestando! Não temos tempo pra isso?
Eu fui roubado, e isso me revolta. E se fosse com você, senhor politicamente correto? Você ainda compreenderia? Não me venha com ' ele não tem culpa, faz isso para sobreviver por estarmos numa sociedade capitalista'. Não fomos nós quem escolheu o capitalismo, mas sobretudo demos um jeito de nos adaptar a ele, trabalhando. Se há ou não um fato histórico de falta de condições, nossa culpa não é, e nem queremos saber de quem é.
Queremos condições básicas, para que possamos fazer com mais ânimo o que já fazemos. Não importa como, mas precisamos acabar com esses problemas sociais como a falta de segurança. Um tanto maquiavélico, mas necessário, e urgente.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

ODE AO ÓDIO

Ódio não passa de ranger de dentes:
sua própria dor de cabeça.
Ódio é somente travesseiro rasgado:
danos à sua propriedade.
Ódio não passa de gritos insanos:
sua própria imagem mal vista.
Ódio é somente pratos quebrados:
seu próprio dinheiro desperdiçado.
Ódio não passa de choro forçado:
lágrimas secas que sujam a cara.
Ódio passa.

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Obs.: existe cérebro em sala de aula!

sábado, 4 de outubro de 2008

Observar o circo pela vista do palhaço é interessante, porém, satura. Auto-estima? Não me recordo. Parte da lama, esgoto que flui. Lixo em resumo. Só aquela esperança sem razão que ironicamente ainda me motiva.
O vazio continua no seu devido lugar que não lhe é de direito. Menos alimentado, mas em momentos assim ele aparece. E foda-se sua crise, foda-se sua morte lenta, foda-se seu câncer latente. Esse meu arquivo morto sem procedentes não me sai da cabeça, e é assombrado periodicamente por insistência do meu nojo próprio e à minha face patética.
Despido de qualquer armadura, me entrego por inteiro para contemplar e festejar e mastigar e foder todas as minhas derrotas. Um brinde ao fracasso, patético.

Acordar. Lavar a cara. Recomeçar mais uma vez.



Mas o vazio continua aqui. Aqui. Dentro do organismo podre. Oco.