segunda-feira, 23 de junho de 2014

um pouco certo do nada

Agora me enche o peito um ar da tua boca/
e a minha boca solta um som de vai-e-vem de mar/
transborda os olhos com água salgada de lá/
por Deus e do teu hálito eu viveria a respirar/
e então morreria/

Tu és um poço daquilo que eu não sei/
pra conhecer se há de mergulhar/
no escuro do olho e no fundo do céu da boca/
despido de tudo que eu posso contar/
na surpresa da não espera que se faz saber/
junto pérola e migalha tentado te ver/

um pouco certo do nada/
por vezes duvido do tudo/
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