oi, amigo!
Eu parei pra pensar em como responder a tua pergunta simples 'como tá?' e acho que posso dizer que tô melhorando, sem pressa, mas tô dando um jeito. Algumas coisas me irritam, outras me anseiam e outras me entristecem. Mas no meio de banalidades eu tenho gostado de mim, de algumas pessoas, dos meus dias. Numa conversa besta, dividindo momentos com pessoas boas, ouvindo música pela rua, me deixando apaixonar pelo meu professor de inglês, haha... Em banalidades, como os sentimentos mais puros são realmente exprimidos... Não sei se acredito em declarações de amor ou demonstrações intencionais, ou momentos especiais (além de não saber lidar com isso tudo, eu sempre travo e deixo coisas por dizer. Aliás esses dias que eu não tava bem, escrevi um e-mail pros meus pais, pra eles lembrarem do quanto eu amo eles. Mas eu não mandei. Depois de bastante tempo eu percebi que na minha família o amor não se diz, se vive. Por exemplo, quando tive em Blumenau pela última vez minha mãe me viu chorando. Depois de um tempo ela veio no meu quarto, falou sobre coisas engraçadas e disse que pediu uma pizza. Ela tava dizendo que me ama.)
Apesar de estar deixando de ser tão cético nas coisas que eu não posso ver, eu ainda dou muita importância àquilo que eu posso sentir. E o que eu mais consigo sentir é me sentir bem do lado de alguém, é pertencer. Tudo isso num almoço com alguém, ou em ficar mais cinco minutos ali só pra passar um tempo a mais com alguém. E isso pra mim é amor, é o próprio ato e a própria prova de amor. Me sinto melhor em conseguir desapegar essa necessidade de colecionar belos acontecimentos, porque o que e é a vida em sua maioria se não a banalidade dos dias?
Não que eu esteja desmerecendo os momentos especiais, acho que eu só não tenho me cobrado por não acontecerem... e menos ainda tenho forçado isso.. a beleza desses momentos se dá justamente na raridade em que eles existem. É mais simples: tô valorizando o que é recorrente e aliviando as expectativas do que é raro.
Escrevi demais, não quero parecer egoísta. Mas acho que isso pode te ser útil e fazer sentido pra ti também. Não sei.
Como tu tá? Eu vou ficar bem feliz de ver uma resposta tão ou mais detalhada quanto a minha, se for tua vontade, claro! Tá aproveitando tua família? Tá fazendo algo útil? Tá vendo teus amigos? Aproveita bem, mesmo. Às vezes dá uma preguiça de sair do conforto de si mesmo, mas acho que vale a pena... Às vezes a situação não é exatamente como a gente gostaria que fosse, mas ainda assim tem sempre alguma coisa que se pode admirar e contemplar, enfim, viver. O tempo é ruim se a gente for ruim com ele. Então é bom aproveitar os dias, se permitir ser mais sensível (o quanto eu sei que tu é, por exemplo) e de fato viver, não só esperar os dias passarem. Não sei se isso faz sentido, mas espero que sim, se não eu vou ficar me sentindo meio imbecil, haha.
Eu ainda não baixei o novo CD da Florence. Amanhã vou baixar...
Se cuida, fica bem e aproveita teus dias,
com carinho,
Marco.