quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

códigos

Eu ouvia Adriana Calcanhotto enquanto aguardava no trânsito lerdo das ruas invisíveis que eu nunca, sequer, pude imaginar. E aguardava durante horas, com toda a imobilidade que eu, de fato, não tinha. Flagrei-me preso na rede que limita o que penso. Pelo menos eu pude ver.
Todos esses dias eu tenho sido somente seqüências. De números, senhas e códigos, nada além. Nada além do necessário, o necessário para mergulhar nessas ruas. Ruas que me cegam com um claro branco que não me permite ver as trajetórias, mas somente os destinos finais. Nada é realmente o que eu posso ver. Tudo são códigos. Códigos que usurpam e transfiguram a realidade. Você (eu) não deveria confiar neles.
Você perde o seu tempo, todos os dias, e todas as horas que ele tem, e todos os minutos que tem as horas, e os segundos e suas frações.. enviando, recebendo, sendo, seqüência de números, senhas e códigos. E no fim você já acredita que pode ser o que você vê nas ruas, nunca!
Mas continue se enganando, essa é uma forma, mesmo que ainda assim contida (como você é patético e covarde!), de ser o que você gostaria de ser. Mas, no mínimo, não tenha medo da conclusão: Você só se faz ideal na mentira, em códigos..

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