sábado, 20 de dezembro de 2008

lágrimas que fogem

Havia tanto tempo em que eu não chorava.. [uma semana não é muito tempo]. Não deste jeito. As lágrimas gritam através dos saltos que acontecem de dentro de mim, e para fora, sem nenhuma força contra ou a favor; naturalmente. O motivo sou eu, e os outros, e tudo que acontece num solitário dia de confraternização. Não posso mais contar quantas vezes eu já vi esta cena. Um quarto vazio, coisas por fazer e revirando ainda mais toda confusão. Eu, e nada mais. Música, um momento de prazer e acefalia, e tudo recomeça.
As lágrimas correm com mais força quando sentem que só existem por não existirem momentos para sorrir, ou para serem relembrados com alegria. Elas têm razão em querer livrarem-se da cumplicidade de uma vida de lacuna. E tudo isso tira de mim mais um pouco da minha vontade e da minha possível coragem, que saem transparentes e morrem numa rápida tentativa de darem certo.
Isso muito me assusta, porque este segundo, e mais esse, e esse que virá, serão todos mortos sem nenhuma causa e nenhuma alegria. Muitas de minhas células morrerão, logo partes de mim, sem vivenciar nenhum fato de orgulho. Assim como a maior parte de uma vida oprimida por mim mesmo. Pelo medo da reprovação, que tive, e não mais desejo.
Porém espero, por mais vezes e com mais força, chorar minhas nobrezas e morrer por mais vezes, para que eu possa ainda nesta vida, ter uma nova. Para que a dor me transforme em algo que eu sonho ser, não o oposto de mim, mas alguém que tem mais vontade de não ser indiferente, pelo menos para mim mesmo, e que as próximas partes minhas que se forem, tenham em um adjetivo bom, tal qual intenso, ou feliz, a definição de suas histórias, fases de minha vida.

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