quinta-feira, 16 de agosto de 2012

dia de chuva

amanhã é dia de amanhecer chuva. agora chove incessantemente, não há lugar pra tamanha vasão, e o que é líquido transborda e flui sem rumo, arrasta tudo que não presta, leva também um pouco do que se tinha de bom. não passa nada, é o que acontece. amanhã vai ter uma nuvem abraçando o sol, os meus olhos vão ter que fazer mais esforço pra partir do sono. mas "é preciso", é o que dizem sem saber, é o que dizem porque disseram pra dizer. e se eu perguntasse o porquê? então talvez eu choraria, porque não saberiam me responder. amanhã é dia de chuva. e não adianta o quanto eu tente, no final toda água respinga sobre o meu corpo. e eu deixo. no final, chuva e lágrima são a mesma coisa. no final eu vou seguindo frágil e desapontado, desmanchando mais uma armadura de papel que eu tecia com as folhas secas e manchadas. e quem sabe? e quem que saber? uma hora passa e sobramos eu, e o mundo, velhos novos conhecidos.