
Quando será que eu vou poder, mais uma vez, andar nas ruas depois das dez? Quando, novamente, eu vou poder fazer piada, mostrar que de fato eu não me importo tanto assim e que não estou abalado? – não o quanto dizem que eu deveria estar.
As novas histórias de morte(s) e/ou perda(s) estão passando sem parar na TV. Das seis e trinta às oito horas as primeiras pessoas do dia chorando suas perdas materiais. Logo ao meio dia, pessoas chorando a perda de suas pessoas queridas. Uma e pouco, as pessoas choram nos abrigos. Às sete e quinze as pessoas ilhadas acenam aos helicópteros. Às oito da noite os voluntários exemplares são exibidos, e por fim, no início das madrugadas, as reprises, ou não. O choque a cada nova história é inevitável, mas é só mais uma história e não é a minha! Infelizmente, ou não, eu não estou demasiado comovido.
O sensacionalismo das notícias espreme lágrimas de rostos limpos, e para quê? Tem algum propósito saber o que aconteceu com as pessoas que não se faz idéia de quem sejam? Pra mim não. E certamente, receber uma notícia ruim pela televisão está longe de ser a melhor forma. Creio que isso seja sensacionalismo por ele mesmo.
Morte acontece, tragédias acontecem diariamente. Por que o sofrimento e a vontade de ajudar (e eu falo da vontade de ajudar, e não do ato em si, porque reconheço as questões distância, grau de dificuldade do problema, etc.) se tornam tão ‘obrigatórios’ quando o problema está diante de nós? Céus, quantas pessoas morrem no oriente médio por conta da cegueira de uma fé distorcida? Quantos brasileiros perdem a vida na violência de nossas cidades, no perigo de nossas rodovias? Quantas pessoas morrem na África de diversas maneiras, inclusive por meio da fome? E isso tudo, que julgo ser de uma gravidade tão séria, se não mais, não nos causa espanto. Somos obrigados a ‘forçar a barra’ por ser uma catástrofe com a NOSSA Santa Catarina. Que pensamento nojento, vidas são vidas em qualquer lugar, com a mesma importância.
A hipocrisia do luto forçado me enerva de uma forma incomum. Eu estou nem triste e nem feliz e gostaria do direito de poder sê-lo sem olhares repressivos. É assim que me sinto e não estou a fim de sofrer nenhuma dor inventada.
Não pense que não estou colaborando: garanto ser um dos que mais está poupando água, além de me preocupar e participar das doações. Mas ao mesmo tempo, quero poder seguir a minha vida, com os meus assuntos e com as minhas coisas. A natureza foi e é severa e inevitável. E lembremos que estamos colhendo o que plantamos, e infelizmente, esse é o preço, justo ou não. Agora, sigamos. Como diria o poeta, porque o tempo não para.
As novas histórias de morte(s) e/ou perda(s) estão passando sem parar na TV. Das seis e trinta às oito horas as primeiras pessoas do dia chorando suas perdas materiais. Logo ao meio dia, pessoas chorando a perda de suas pessoas queridas. Uma e pouco, as pessoas choram nos abrigos. Às sete e quinze as pessoas ilhadas acenam aos helicópteros. Às oito da noite os voluntários exemplares são exibidos, e por fim, no início das madrugadas, as reprises, ou não. O choque a cada nova história é inevitável, mas é só mais uma história e não é a minha! Infelizmente, ou não, eu não estou demasiado comovido.
O sensacionalismo das notícias espreme lágrimas de rostos limpos, e para quê? Tem algum propósito saber o que aconteceu com as pessoas que não se faz idéia de quem sejam? Pra mim não. E certamente, receber uma notícia ruim pela televisão está longe de ser a melhor forma. Creio que isso seja sensacionalismo por ele mesmo.
Morte acontece, tragédias acontecem diariamente. Por que o sofrimento e a vontade de ajudar (e eu falo da vontade de ajudar, e não do ato em si, porque reconheço as questões distância, grau de dificuldade do problema, etc.) se tornam tão ‘obrigatórios’ quando o problema está diante de nós? Céus, quantas pessoas morrem no oriente médio por conta da cegueira de uma fé distorcida? Quantos brasileiros perdem a vida na violência de nossas cidades, no perigo de nossas rodovias? Quantas pessoas morrem na África de diversas maneiras, inclusive por meio da fome? E isso tudo, que julgo ser de uma gravidade tão séria, se não mais, não nos causa espanto. Somos obrigados a ‘forçar a barra’ por ser uma catástrofe com a NOSSA Santa Catarina. Que pensamento nojento, vidas são vidas em qualquer lugar, com a mesma importância.
A hipocrisia do luto forçado me enerva de uma forma incomum. Eu estou nem triste e nem feliz e gostaria do direito de poder sê-lo sem olhares repressivos. É assim que me sinto e não estou a fim de sofrer nenhuma dor inventada.
Não pense que não estou colaborando: garanto ser um dos que mais está poupando água, além de me preocupar e participar das doações. Mas ao mesmo tempo, quero poder seguir a minha vida, com os meus assuntos e com as minhas coisas. A natureza foi e é severa e inevitável. E lembremos que estamos colhendo o que plantamos, e infelizmente, esse é o preço, justo ou não. Agora, sigamos. Como diria o poeta, porque o tempo não para.
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