quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sejamos um!:

Quando penso, prefiro não pensar. Prefiro não ser, tenho preferido. Tenho escolhido viver apenas quando convém. Às vezes morro de dor, mas usualmente me mantenho morto. Dizem que não há nada pior que a morte, mas enquanto não há vida, não há dor. Dizem também que não há dor maior que a dor da morte, mas como podem saber se nunca ousaram? Há tempos não me sentia tão morto..

Quando eu olho pra você, não sei o que grita mais alto. Se a euforia do amor que eu sinto que me estremece e estremece meus pensamentos, se uma paz, nua, por tamanho bem que você faz aos meus olhos, ou se é a dor de saber que por mais de perto que eu olhe, por mais que o tempo se estenda, eu não poderei te tocar, e em momento nenhum nós seremos, juntos. O fato é que esses gritos - de uma boca silenciada por um suspiro que me invade e rasga, e deforma, e massacra, o sentido que não é simples de se conquistar – são simplesmente sons de um coração pulsando, a batida que me traz à vida.

Triste (é o seu) jogo, este o qual meus olhos brilham por (você), que não tem lógica que explique (sua ausência sentida) e nem justiça que condene ou defenda (suas jogadas frias). (com você) Eu não sei jogar sem entrega, e o que sobram são gritos de silêncio (com seu nome ecoando nas paredes e fazendo sentir a presença da tua ausência).

E o silêncio que invade as orelhas dói. Os lugares onde eu te vi machucam os olhos e os gritos continuam silenciados. Essa é a dor de quem espera, me torno por mais uma vez um prisioneiro do tempo que me ata – me isola amargamente e me cura, brando.

2 comentários:

Cláudia I, Vetter disse...

''e o que sobram são gritos de silêncio (com seu nome ecoando nas paredes e fazendo sentir a presença da tua ausência).''

daí pra depois, é só verdade.
uma entrega total.

sinto muito medo disso tudo,
é foda estar aqui dentro.

(mas que palavras magistrais! )

beijo querido, paciencia.

R., R., Rosa disse...

as vezes me ocorre que o problema do mundo moderno seja o barulho que nunca provoca nada, e quando provoca, é dor.

é a angústia que antes só se curava falando, mas que agora não some mesmo calando...


gostei muito de ter lido isso