sexta-feira, 26 de junho de 2009

motivos pra seguir.

Hoje eu sinto tudo tão diferente.. talvez sejam minhas percepções, porque desde que eu me recordo, não há grande mudança nesse(s) universo(s) que nos rodeia(m).. Eu sei que não sou alguém que sabe muito e nem sobre muitas coisas, apenas o que eu falo gira em torno do que eu sinto e do que eu penso, a cima de tudo. É estranho... o homem e suas concepções vivem ciclos que renegam o passado, e buscam uma nova essência no que antecede ao passado, assim sucessiva e gritantemente.
Hoje, eu sinto tudo tão diferente. É como um jogo, de convenções, em que os vícios e o egoísmo e as novidades aceleraram demais o ritmo do jogo. Em que pessoa nenhuma é capaz de acompanhar naturalmente, ao mesmo tempo em que não há como desprender-se de nosso inventado e incontrolável passatempo. Hoje eu sinto, tudo tão diferente. Minhas sensações, contrastadas ao meu existir, tornam-se pesos impossíveis de carregar. Tudo o que se pode absorver é exaustivo, gritante e doloroso. São as crias do nosso jogo, complexas em demasia. Nosso jogo, o jogo do absurdo. Busca-se compreendê-lo sem esperar uma resposta, além da reflexão. E, obviamente, ficamos sem respostas.
O que mais me dói é ver que as pessoas perderam o valor e os valores. Destes últimos, alguns deveriam mesmo ser esquecidos, mas outros, como a inocência e o respeito que se foram, nos tornam menos humanos, no sentido inventado da palavra. Hoje, coleciono nomes dos mortos nos telejornais diários. E o que mais me afeta é o sentimento de solidão. As pessoas têm sido menos gratuitas, e o sentido da amizade tornou-se apenas ‘ter alguém pra horas difíceis’.
Mas algumas coisas jamais perderão o sentido, como a ternura de um céu ensolarado, o equilíbrio de um céu estrelado, as luzes, à noite, na cidade, a pureza num sorriso de uma criança, fazer bem às pessoas que me rodeiam... e assim eu busco motivos pra seguir.

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