segunda-feira, 13 de julho de 2009

DOR

Eu não sinto nada em mim além da dor, maior que eu. A expiração é um sopro cinza, que morre ao sair da boca. Os sussurros da voz são os gritos rasgados numa garganta contida. Os passos são a condenação do tempo. E as lágrimas são a materialização da minha ruína. Eu não sou mais eu. Eu sou um corpo de dor. Eu busco, me contorço, me machuco, fecho os olhos, abro a boca, mas a dor não é física! E não há posição alguma que alivie meu tormento! E não há nada aqui além de uma existência triste ou já não há existência. Os meus olhos que já nem conseguem mais enxergar e o coração que, acelerado, pulsa forte a dor que arde em todo corpo, compassando as minhas horas de dor que insuportavelmente me enganam.

Um comentário:

Karina Buzzi disse...

Esse tipo de dor machuca intesamente. Já senti ela, mas agora não sinto mais nada, absolutamente. Às vezes me pergunto se não era melhor sentir dor extrema, sentir uma corrente de ferro apertando o coração e parecer estar carregando uma bigorna de 30 toneladas do que não sentir nada.