sábado, 11 de outubro de 2008

E agora, Creusa?

O ódio de ontem se concretiza hoje, tornando-me patético. Eles dizem: nós devemos mudar, devemos deixar de ser arrogantes e de visar acúmulos para dar atenção aos necessitados. Necessitados somos nós, necessitados de reconhecimento e segurança, será isso tão subjetivo?
Emprego, e isso eu sei por experiência própria, tem sobrando! Atenção à saúde, às políticas públicas e aos programas sociais que beneficiam os menos favorecidos tem até demais! Pobre tem atenção, rico manda, o que nos sobra? Estamos nos tornando invisíveis.
Esqueça este papo de humanização. Ladrão, assassino, traficante e nós somos todos bichos. Mas se luta propriamente dita por sobrevivência não é permitida, que não seja também aos ladrões, assassinos e traficantes. Fazemos de tudo para sermos honestos perante uma sociedade falha e se saímos da linha somos 'devidamente' punidos, rigor que normalmente só se aplica à classe média. Fazemos de tudo para pagar o público (obrigação) e o privado (necessidade). É assim com a saúde, educação, transporte, segurança, infra-estrutura, aposentadoria.. Não é fácil, mas ninguém está vendo e ninguém está protestando! Não temos tempo pra isso?
Eu fui roubado, e isso me revolta. E se fosse com você, senhor politicamente correto? Você ainda compreenderia? Não me venha com ' ele não tem culpa, faz isso para sobreviver por estarmos numa sociedade capitalista'. Não fomos nós quem escolheu o capitalismo, mas sobretudo demos um jeito de nos adaptar a ele, trabalhando. Se há ou não um fato histórico de falta de condições, nossa culpa não é, e nem queremos saber de quem é.
Queremos condições básicas, para que possamos fazer com mais ânimo o que já fazemos. Não importa como, mas precisamos acabar com esses problemas sociais como a falta de segurança. Um tanto maquiavélico, mas necessário, e urgente.

Um comentário:

Karina Buzzi disse...

Concordo. O problema de falta de organização social em 1888 não é nosso problema. E outra...em mais de um século eu acredito que seja mais do que possível se 'arrumar'.
Tem muita vaga de trabalho por ai, e esse negócio de "coitadinho, ele não tem outra escolha" é coisa de gente igualmente acomodada. O problema é que existe tanto programa de governo paras a população de classe baixa que eles ficam assim, acomodados, recebendo o nosso dinheiro, o da classe média; que é, claramente, esquecida.