Os nossos corpos são as contenções
das nossas existências. A nossa pele é a última capa que nos faz (à) parte.
Enfim, estamos aqui, (à) parte. E a vida pare todos os dias, ao abrirmos nossos
olhos, um mundo valente e cru, eternamente maior do que nossas existências.
Algo em nossos olhos é ansioso. Alguns dias, algo em nosso olhos expele toda
essa ânsia, dias em que nossos corpos não conseguem conter a força da vida. Nós
rompemos o limite de nossos corpos e nossos corpos ainda nos contem. Não é
fácil suportar a vida quando a vida pra nós é ímpeto desmedido. Os corpos não
suportam a vida: morrem aos poucos. Somos (à) parte. Somos partes que afirmam
suas existências no vazio do outro. Somos partes completas que formam um todo. Algo
em nossos olhos não vai parar de ser ânsia, mas meus olhos agora se apoiam nos
teus e a vida parece mais simples, então. E o que vai ser depois não se sabe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário