quinta-feira, 3 de novembro de 2011

parte


Os nossos corpos são as contenções das nossas existências. A nossa pele é a última capa que nos faz (à) parte. Enfim, estamos aqui, (à) parte. E a vida pare todos os dias, ao abrirmos nossos olhos, um mundo valente e cru, eternamente maior do que nossas existências. Algo em nossos olhos é ansioso. Alguns dias, algo em nosso olhos expele toda essa ânsia, dias em que nossos corpos não conseguem conter a força da vida. Nós rompemos o limite de nossos corpos e nossos corpos ainda nos contem. Não é fácil suportar a vida quando a vida pra nós é ímpeto desmedido. Os corpos não suportam a vida: morrem aos poucos. Somos (à) parte. Somos partes que afirmam suas existências no vazio do outro. Somos partes completas que formam um todo. Algo em nossos olhos não vai parar de ser ânsia, mas meus olhos agora se apoiam nos teus e a vida parece mais simples, então. E o que vai ser depois não se sabe. 

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