quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

sincronia

Bebe água. Não demora pra não parecer ocioso. Não te esquece que nada dessas futilidades teriam graça se não fosse por não poder fazer... o ócio que só é bom quando reprimido. Faz alguma coisa que tenha um resultado aparente, que é pra poder falar quando te perguntam. Diz também que tá cansado e que precisa de uma folga; não tem importância, no fundo ninguém mesmo vai saber e com algum esforço até tu mesmo acaba acreditando nisso, no aparente. Porque, eu não sei quanto aos outros, mas contigo, qualquer segundo, mesmo ali naquele sofá de sempre, o devaneio do espírito é fluído e isso se transforma em mais um reflexo àquelas coisas tuas, aquelas que vão além do que se vê ou do que se pode falar. Sabe né?
Toma banho e almoça; escova os dentes, arruma a cama e o quarto; lava a louça pra sujar depois. Enfim, faz o que convém, e que faz o tempo passar de qualquer jeito. Agora, esquece um pouco dessa barreira que tu utiliza, aquela, pra dizer quanto falta pra saber daquilo que tu quer ou pra ver quem realmente importa ou pra fazer alguma coisa que faz o tempo correr um pouco mais... esquece isso e repara como é vã a tua existência. Tentando saltar os números que deveriam ser somados. Mas tu fragmenta. E ainda é feliz a cada fragmento morto! E eu digo que tens razão, acho que não tem outro jeito quando o vento sopra espera.
Entre abrir e fechar as cortinas da casa, tu pode também acabar chorando ou sendo muito feliz, e assim como a cortina que tu fecha, o sentimento se esvai. É normal mesmo - eu te digo sorrindo - nesses momentos... esses.
Fala com alguém, escreve alguma coisa... Fica visível pro mundo né, pra que tu não te afogue nesse mundo todo dos teus pensamentos e ainda mais, pra que tu não te esqueça das cores e das dores lá de fora. Não te esquece disso. Antes de dormir lembra do teu rosto, e lembra que eu te acaricio e que tu é feliz assim, assim como eu sou contigo. Liga o ventilador... apaga a luz... desliga os botões luminosos..; ou então vê tv e depois vai pra cama cambaleando. Eu te amo.

E faz isso todos os teus dias. Não são teus. Os dias do tempo, até o dia, esse, teu por direito, ser teu nas tuas mãos.

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