O silêncio era capaz de derreter
os seus ossos fracos, que já não faziam questão de permanerecem inteiros. As
lágrimas nos olhos distorciam toda a realidade. As luzes dos carros pareciam
faíscas de vida, mas estavam longe, como num quadro. Ele lembrava que o tempo
passava, ele lembrava que existem tantos outros tão melhores que ele, a ponto
de sentir culpa de ser amado por seus pais. Ele não tem nada mais a oferecer.
Ele forçava uma válvula de escape enquanto lembrava de tudo que havia perdido e
fracassado. Não consegue mais sentir dor. A casa borrada pelas lágrimas nos
olhos o afastam da realidade do amanhã. Ele já tem uns tantos anos e está
sozinho. Ele não tem nada melhor a dizer. You don’t have to feel guilty. Foi
longe demais, o mais próximo da morte que já havia ido. Esqueceu como se ama.
Esqueceu como se é triste. Esqueceu como se é feliz. Esqueceu como dói a dor. O
jogo já devia ter acabado. No entanto continua vivo. No entanto, não existe nenhuma razão.
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