sexta-feira, 29 de outubro de 2010

a_ar

Poder amar é libertador. Ama-se não ser completo. A cima de tudo, ama-se a capacidade impressionante de poder amar. Não se amam pessoas. Tu não te amas. Não se ama o sexo, por ser deveras efêmero. Ama-se sentir-se bem ao amar. Ama-se a ânsia pela posse. Ama-se a falta. Ama-se antes e depois. Ama-se o indescritível azul-claro basto contido dentro do peito. Ama-se o respirar que é gozo e o coração aceleradamente ritmado. Ama-se nas mãos. Ama-se no cheiro e dentro da boca, na saliva que não é dita. Ama-se a beleza, mas ama-se ainda mais o que é feio. Ama-se engrandecer ao amar: tornar-se belo, botões de flores, parir pedras e lapidá-las diamantes. Ama-se a perda. Ama-se a perda, porque se ama o vazio. Ama-se estar preso, mas poder amar é libertador. ... .

2 comentários:

Luiz Ricardo disse...

ai que ultraverdade. nunca tinha pensado por esse lado, achei otimista e achei lindo. sempre salvo tuas coisas aqui no computador, mesmo tendo que descobrir quando vc posta por mim mesmo! te amo ok

Karina Buzzi disse...

Muito verdade mesmo.
Saudades dos teus textos. Voltar a tirar um tempo pra lê-los quando postas :)