Hoje é um daqueles dias que não importa pra qual lado eu olhe, acabo me deparando com as derrotas. As minhas fugas. E rodeado eu não escapo, acabo em mim mesmo. Hoje eu contrario os discursos bem sucedidos e acabo pensando como eu queria que fosse diferente. Como eu gostaria de ser diferente. Eu queria explodir.
Talvez pra começar eu queria fazer mais por mim. Acho que no fundo eu nem gosto de mim. Enquanto escrevo eu imagino a minha cara amargurada, a pele esticada mapeia as imperfeições do meu rosto torto. Não gosto de lembrar o meu rosto agora. Vida torta. Eu queria não ser tão morto, por mim! Eu queria poder dizer que eu dou a própria vida por mim mesmo. Sabe, ter vontade?
Antes de tudo eu queria me pedir perdão e me perdoar. Daí eu queria explodir. A cada ofensa que me fizeram, a cada situação a contragosto. Eu queria ser mais verdadeiro comigo mesmo. Acho que eu fujo da vida. Eu choro baixinho... eu tenho medo de mostrar que eu choro, medo de me entregar a isso e medo de ser visto assim, tão vivo. Eu queria sentir, nu, na praça na minha cara na frente de todo mundo, dar um grito com medo e de vida, pra não ter mais medo: ME DEIXA VIVER!
Queria tanto lutar mais por mim... sabe, renegar a segunda opção de qualquer coisa, não me contentar com nada que não o primeiro lugar. Queria não viver de sorriso amarelo e cheio de segundas colocações. Queria não ter aprendido a falar "mas pelo menos...".
Eu não to satisfeito. O meu olhar mais vago vem de quando eu penso em mim, olho pra dentro e vejo tantos momentos, quase fotos na minha cabeça. Porque os piores momentos são sempre os mais marcantes. Acho que da amargura vem o medo de ficar sozinho. Não sozinho de fato. É não querer ficar consigo mesmo, só mais uma última fuga.
Então, por favor, pelo menos hoje, eu só não quero ficar sozinho.
Um comentário:
É assim que me sinto muitas vezes também. Hoje por exemplo eu tive vontade de botar fogo no mundo, de sair quebrando tudo, de quebrar a cara. Mas ao invés disso tudo, fui pra uma festa ruim, com uma boa companhia, bebi o suficiente e não fiz merda nenhuma, e isso me deixa irritada porque na verdade eu queria, realmente, ter explodido com o mundo todo, e talvez quis até que ele explodisse comigo.
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