segunda-feira, 6 de abril de 2009

quanto tempo?

Como é triste a dor de quem espera.. É a dor que espera arder enquanto colide – a aparente cura – com o invisível, com aquilo que foi criado, e por assim ser, duvida-se a existência.
Como se pode depender do que não se vê? Como acreditar, como confiar, respeitar; como ninar a dor numa canção que não se dança e não se canta e não se ouve...?

... e hoje, no silêncio dos segundos que me prendem tal qual a gravidade. No branco frio das paredes que envelhecem (envelhecemos) a cada minuto, cinco minutos.. eu controlo, sem controle. Na solidão das horas que se estendem e quando acabam, recomeçam. Dias que por mais diferentes, acabam todos iguais. Semanas que vejo, como um filme, na mente, repetindo-se numa dimensão que não posso tocar, se ela puder existir. Meses e novos planos. Anos e novos anos, e, hoje, e sempre, as mesmas coisas...

E no ‘final’ a dor da espera continua viva; a ausência, da cura; a dependência do tempo, a (cega) certeza de que, quando ele passar, passará. Ainda assim corremos contra o tempo em busca, a busca, não se sabe ao certo, talvez provar a importância de cada existência, não passar em branco. E ainda assim empurramos a engrenagem circular tempo pra que a dor de quem espera encontre alento numa ciranda suave, doce. É uma luta contra e a favor, de nós mesmos.
A dor de quem espera uma resposta, uma carta, um amor. Depender de um jogo inventado, brincadeira perigosa, sem escolha.
Sobreviver é pretexto, espere a hora certa e deveras, comece a viver.

Um comentário:

cláudia i, vetter disse...

é tão verossível e completo tudo que dissestes, que se eu completar, eu desfaço algo e recomeço outro; despistando os sinais da credibilidade que a seguir, o que vem, é um curso, e não a diferença de uma percepção.
é confusa a realidade para o que é imutável, numa verdade.

''o essencial é invisível aos olhos''

é só isso que sei sentir.

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obrigada pela presença doce, querido!
otima semana pra ti, tambem!

^^